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2011/01/29

O SOCO FOI CRUEL

Robson Mendes/Correio







O Bahia preferiu não se pronunciar sobre a agressão de Jael. Apesar disso, o vice-presidente jurídico Ademir Ismerim promete entrar com um pedido de rescisão de contrato. “Nós vamos tentar isso. André vai dar uma queixa na delegacia e nós vamos demiti-lo por justa causa. Ele foi afastado e não tem mais clima pra voltar”, avisa.  O advogado confirmou todo o episódio e ainda acrescentou. “O contrato de trabalho dele permite isso. Vamos pro lado jurídico buscar a rescisão. A minha posição atual é essa”, garante.
Atacante teria se recusado a realizar exame para detectar gravidade de lesão


Com um discurso emocionado, Jael pediu desculpas ao torcedor do Bahia. Ele, contudo, aproveitou a oportunidade para desabafar. “Ninguém sabe que estou desde outubro sem receber. Recebi um aviso para pagar o aluguel da casa, senão iriam entrar com uma ação de despejo. Tenho carro e contas pra pagar. Preciso sustentar minha família”, solta.
O jogador lembrou ainda do episódio envolvendo a negociação com o Vasco da Gama. “O Thiaguinho falou que não ia me pagar, porque eu estava indo para o Vasco. Que profissional é esse? Trabalhei e tenho que receber!”, falou, referindo-se ao diretor financeiro do clube, Tiago Cintra. Irritado, falou ainda sobre a situação dos outros parceiros de clube. “Nen, Luizão e Hélder também estão sem receber salários, enquanto outros recebem normalmente. Até hoje não tinha falado nada, mas esta é a situação do Bahia”.




Por fim, Adriano Spadoto, empresário de Jael, falou sobre o futuro do jogador. “Até agora só escutei um lado, o do jogador. Não concordo com o que ele fez, mas Jael também não é um marginal! Quando o Bahia precisou, ele ajudou e foi útil. Vou chegar a Salvador na terça-feira pra poder conversar e resolver isso”.


O episódio - Jael, mais Cruel do que nunca, deu um soco no gerente de futebol André Araújo. O motivo? Um simples exame de imagem. Com dores no púbis, o atacante tinha consulta no médico marcada pra manhã de séxta (28). Porém, não apareceu na clínica e foi questionado pelo dirigente.  “Estava com o meu sobrinho tomando um suco na cantina e ele veio perguntar. Falei que isso não era um caso cirúrgico ejá tinha me consultado com Joaquim Grava, um dos melhores médicos do Brasil”, disse Jael em entrevista à Rádio Metrópole.




A discussão não parou por aí. André Araújo teria afirmado que Jael não iria jogar contra o Fluminense, amanhã, o que deixou o jogador irritado. “Falei que estava bem para jogar. Ele mandou eu me f... e eu também respondi. Mandei ele se f... Ele perguntou quem eu era. Respondi que eu era o Jael e ele falou que não me conhecia e que eu era um merda. Aí, aconteceu o que aconteceu”, explicou o boleiro.
Atacante teria se recusado a realizar exame para detectar gravidade de lesão
Através de um comunicado no site oficial do Bahia, a diretoria do clube informou que o atacante Jael não irá permanecer no elenco na temporada 2011.
A decisão foi tomada na tarde desta segunda-feira, 31, após uma reunião entre o empresário do jogador, Adriano Spadotto, e o gestor de futebol do Bahia, Paulo Angioni.
Segundo a nota, “as duas partes concluíram que o atacante não teria mais clima para permanecer jogando no Bahia, depois do ocorrido na última sexta-feira”.
No incidente em questão, Jael agrediu com um soco André Araújo, gerente de futebol do Bahia e integrante da equipe do gestor Paulo Angioni.
O motivo alegado para a discussão entre atleta e dirigente foi o fato do jogador ter se negado a realizar um exame para detectar a gravidade das dores que o jogador vinha sentido no púbis.
Após a reunião, o empresário Spadotto disse que não concordava com a atitude do jogador, mas também falou que ninguém tem “sangue de barata” e que tudo foi uma reação pelas ofensas verbais que Jael recebeu.Atacante esteve hoje em Salvador, ao lado do seu empresário, mas não é mais jogador do Esquadrão
Além disso, que várias coisas vinham se acumulando, especialmente em relação ao não pagamentos de salários atrasados. No acordo para a saída de Jael, o jogador não vai cobrar nada que teria a receber nos meses seguintes, mas, segundo Spadotto, confia na palavra da diretoria para quitar as dívidas anteriores.

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