GINOESPORTES.COM.BR

2014/06/28

Julio Cesar, é o Melhor goleiro do Mundo

Julio Cesar saiu de Port Elizabeth, em 2010, como vilão da eliminação do Brasil na Copa da África do Sul. Quatro anos depois, o goleiro é o herói da classificação para as quartas de final do Mundial jogado em casa. Neste sábado, Julio chorou antes das cobranças de pênalti que definiram a partida contra o Chile, mas embaixo das traves resolveu. Pegou duas cobranças (de Sánchez e Pinilla) e viu a última delas, de Jara, acertar a trave esquerda para o Mineirão fazer uma festa sem igual. Depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, o Brasil fez 3 a 2 no Chile nos pênaltis e está nas quartas. David Luiz abriu o placar e Julio Cesar fez a parte dele logo na primeira cobrança, de Pinilla. Willian mandou para fora, mas o goleiro trabalhou muito bem para pegar a cobrança de Alexis Sánchez. Marcelo e Aránguiz deixaram os deles até que Hulk bateu e Bravo pegou com os pés. Díaz, em seguida, voltou a deixar tudo igual. Neymar tirou um peso enorme das costas fazendo 3 a 2. Até que Jara seguiu para a cobrança que acabaria por entrar para a história. O jogo poderia ter tido outros contornos não fossem dois erros pontuais do árbitro Howard Webb, considerado o melhor da atualidade. O inglês, que havia trabalhado no jogo entre Brasil e Chile da Copa passada e também apitou a decisão daquele Mundial, errou em dois lances capitais com Hulk: deixou de dar um pênalti no atacante, quando o jogo estava 0 a 0, e anulou um gol alegando toque na mão, já no começo do segundo tempo, quando o placar apontava 1 a 1. A vitória, porém, não esconde uma partida muito ruim da equipe, que expôs a sua Neymardependência. O craque não conseguiu resolver quando teve chances, no primeiro tempo, e foi bem marcado no segundo. Sem ele, Hulk se destacou como melhor em campo, mas faltou conjunto para a seleção brasileira, principalmente na criação. 

O adversário do Brasil nas quartas de final sai na partida das 17 horas deste sábado entre Uruguai e Colômbia, que vão se enfrentar no Maracanã. É a chance de a seleção brasileira encontrar seu algoz de 1950, em uma partida que acontecerá na próxima sexta-feira, na Arena Castelão, em Fortaleza. Luiz Gustavo, que levou o segundo cartão amarelo, está suspenso. Como já se imaginava, Fernandinho ganhou a vaga de Paulinho no meio de campo e iniciou a partida como titular. Com ele em campo, Luiz Gustavo ganhou liberdade para atacar pela esquerda e foi assim que surgiu a primeira boa jogada brasileira. Na continuidade do lance, após cobrança de escanteio, Marcelo pegou rebote na entrada da área, limpou e bateu à direita. O Brasil era melhor nos primeiros minutos da partida e tinha como proposta clara tentar matar a partida na base da roubada de bola. Tanto é que foi em uma jogada recuperada por Marcelo que Oscar teve a chance de abrir o placar. O meia, porém, tentou o passe e perdeu a bola. Neymar também desperdiçou lance criado a partir de uma roubada de bola, errando o último drible. Mas foi na continuidade dessa jogada, sempre com o Brasil tendo a posse, que o placar foi aberto. 

Neymar bateu escanteio da esquerda, Thiago Silva cabeceou na primeira trave e mandou para David Luiz, no segundo. Antes do zagueiro, Jara tocou na bola e mandou para o gol. O gol, dado ao zagueiro brasileiro, que correu o risco de não jogar por causa de dores nas costas, fez justiça. Não apenas porque o Brasil jogava melhor, mas também porque o árbitro inglês Howard Webb havia deixado de dar um pênalti em Hulk minutos antes. Neymar era o melhor em campo. Foi ele quem deu o passe para Hulk, quem criou um lance em que correu todo o campo de ataque em velocidade, mas o chute saiu mascado, e também quem criou a melhor chance para o Brasil empatar. Oscar cruzou, o craque cabeceou direitinho, mas a bola bateu na cabeça de Francisco Silva, seu marcador, e passou rente à trave. O Chile, porém, não estava morto. Assim como o Brasil, tinha a proposta de chegar ao gol em uma bola roubada. E foi assim que aconteceu aos 31 minutos. Hulk tentou devolver sem força um lateral para Marcelo, Vargas pegou a bola e tocou para Sánchez marcar. David Luiz, até então bem na partida, estava desatento. Seriam ainda mais duas oportunidades criadas pelo Chile em erros do Brasil na saída de bola. Uma após vacilo de Daniel Alves, quando o placar estava 0 a 0, e outra em erro de Luiz Gustavo. Na sequência deste lance, Aránguiz invadiu a área e fez Julio Cesar trabalhar. 

O gol e a ameaça chilena no fim do primeiro tempo deram à torcida a sensação de que o Brasil poderia perder o jogo. Talvez por isso, o Mineirão parou de fazer tanto barulho. Dentro de campo, a equipe também pareceu ter sentido. A segurança vista durante o primeiro tempo deu lugar a um nervosismo perceptível. O time estava assustado. Até o gol mal anulado de Hulk saiu de um erro. O atacante matou no ombro e "chutou" de joelho. A bola foi mansa para o gol, com Bravo batido. Só depois de alguns segundos de comemoração é que o árbitro decidiu dar falta inexistente de Hulk, atendendo à pressão dos chilenos. A jogada do gol anulado, aos 9, foi a única criada pelo Brasil até os 30 minutos. O Chile, que já tinha mais posse de bola, passou a dominar as ações e quase virou aos 19. Isla e Vidal tabelaram e o lateral cruzou para Aránguiz, que bateu de primeira. Julio Cesar, que pouco tinha trabalhado na Copa, fez defesa fantástica, à queima-roupa, e salvou o time. Sumido, Fred deu lugar a Jô. Fernandinho, que não fazia partida ruim, saiu mancando para entrar Ramires. A equipe seguia rifando a bola, mas criou oportunidade de marcar, quando Hulk pedalou sobre Aránguiz e cruzou para Jô. O atacante furou na segunda trave e deixou passar a bola que poderia ser da vitória. Faltava um jogador cerebral, que pudesse colocar a bola no chão e pensar o jogo brasileiro. Oscar (assim como Hulk) cumpria a sua função defensiva, atendendo às ordens de Felipão, mas no ataque a bola não passava por ele. Neymar, bem marcado, simplesmente sumiu da partida. Quando apareceu, em um cruzamento de Daniel Alves, o craque do time cabeceou nas mãos de Bravo. Com Neymar apagado, Hulk tentou resolver. 

Aos 38 minutos, o atacante driblou três, invadiu a área e chutou forte. Bravo estava lá para salvar o Chile. O lance até acordou o Brasil, mas por pouco tempo. O nervosismo continuava imperando, com os zagueiros dando chutões. Para piorar, Ramires entrou muito mal, errando um passe atrás do outro. Nos últimos minutos, o Chile pressionou e calou completamente a torcida. Quando começou a prorrogação, Julio Cesar pediu para a torcida fazer barulho. O mesmo fez Hulk, quando disparou em jogada individual e foi derrubado. Levantou-se pedindo sangue aos torcedores, que corresponderam. O time, sentindo-se empurrado, melhorou bastante na marcação - até porque Vidal saiu. No ataque, a equipe seguia desorganizada. No banco, Felipão guardava a terceira substituição. De Hulk ninguém podia reclamar. O atacante seguia tentando resolver e quase conseguiu aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação, quando passou por dois e chutou forte da entrada da área. Bravo, como sempre, pegou. Para os últimos 15 minutos, o Brasil ganhou Willian no lugar de Oscar e, com ele, um novo fôlego. Ninguém no time brasileiro, porém, sabia o que fazer. David Luiz virou armador, Neymar tentou resolver sozinho e, de forma geral, tudo dava errado ofensivamente. Menos mal que, aos 14, Pinilla arriscou de longe e mandou no travessão. Nos acréscimos, com meio time sentindo lesão, Ramires chutou da entrada da área e jogou para fora.

Brasil 3 x 2 Chile - Oitavas de final da Copa do Mundo

Local: Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Quando: sábado, 28, às 13h
Gols: David Luiz, aos 17, e Sánchez, aos 31 minutos do primeiro tempo
Árbitro: Howard Webb (Fifa/Inglaterra)
Cartões Amarelos: Jô, Luiz Gustavo e Hulk (Brasil); Mena, Pinilla e Francisco Silva (Chile)
 Público: 57.714 pessoas.
 Brasil: Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Ramires) e Oscar (Willian); Neymar, Hulk e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Chile: Bravo; Francisco Silva, Medel (Rojas) e Jara; Isla, Díaz, Aránguiz, Vidal (Pinilla) e Mena; Sánchez e Vargas (Gutiérrez). Técnico: Jorge Sampaoli. 

2014/06/23

Neymar é 10


Neymar mostrou mais uma vez porque é a grande esperança da seleção brasileira nesta Copa do Mundo. Com dois gols e participação efetiva em quase todas as jogadas, o atacante comandou o time na vitória por 4 a 1 sobre Camarões, já eliminada, na última rodada do Grupo A, nesta segunda-feira, e garantiu a classificação às oitavas de final, no estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Com este resultado e a vitória do México sobre a Croácia por 3 a 1, o Brasil assegurou a primeira posição do Grupo A, com sete pontos. Os mexicanos têm a mesma pontuação, mas levam desvantagem no saldo de gols (5 a 4). Assim, a seleção brasileira vai enfrentar nas oitavas o Chile, assim como aconteceu na Copa de 2010 e 1998, neste sábado, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. O México terá um difícil rival pela frente, a Holanda, que venceu as suas três partidas nesta primeira fase. O confronto será disputado no domingo, na Arena Castelão, em Fortaleza. Os holandeses ficaram em primeiro no Grupo B após vencerem os chilenos por 2 a 0, nesta segunda, em São Paulo. Para garantir a classificação, no 100.º jogo da seleção brasileira em Copas, o time de Luiz Felipe Scolari contou com nova grande atuação de Neymar. Autor de dois gols, chegou a quatro na Copa, isolando-se na artilharia. Foram os gols que neutralizaram o nervosismo brasileiro, que abusou dos erros na defesa e no ataque no primeiro tempo, mesmo diante de um frágil adversário como Camarões. Felipão também contou com uma ajuda do banco de reservas. Fiel ao seu elenco, o treinador recuou ao trocar Paulinho por Fernandinho no segundo tempo, dando maior estabilidade ao time. Foi só depois da entrada do volante que a seleção cresceu na etapa final e buscou o terceiro gol, dando tranquilidade à equipe e à torcida e assegurando a classificação. 
Sob a pressão de garantir a classificação no último jogo da primeira fase, os jogadores da seleção não esconderam o nervosismo no primeiro tempo. Ele que podia ser percebido durante a execução do Hino Nacional. E que não foi amenizado com o apito inicial do árbitro. Erros na defesa e no ataque deram o tom do começo da partida. Um deles adiou o primeiro gol brasileiro logo aos dois minutos. Neymar acertou bela enfiada para Daniel Alves cruzar da direita para Paulinho, que pegou mal e desperdiçou chance incrível quase na marca do pênalti. No rebote, Luiz Gustavo carimbou a zaga e também perdeu. Para compensar as falhas, a seleção contava com Neymar em dia inspirado. O atacante começou a fazer a diferença aos 16 minutos ao completar para as redes cruzamento rasteiro de Luiz Gustavo, um dos melhores do time no primeiro tempo. Em grande forma, ele quase anotou o segundo aos 19. O goleiro Itandje fez boa defesa. Enquanto Neymar iniciava quase todas as jogadas do time, caindo mais pela esquerda desta vez, Fred tentava se redimir das últimas atuações. Na base da vontade, gerou perigo para a defesa africana em jogada perigosa ao tentar cabecear a bola quase no chão, em dividida com o goleiro, aos 20 minutos. Na defesa, porém, o desempenho era irregular. Luiz Gustavo, quase como um terceiro zagueiro, salvava os vacilos de David Luiz. Mas não pôde evitar a falha de marcação do defensor que gerou o gol de empate de Camarões.
Dentro da área, ele não cortou cruzamento rasteiro de Nyom para conclusão de Matip, aos 25 minutos. Antes, Thiago Silva acertara o travessão de Julio Cesar ao desviar cobrança de escanteio. O gol da limitada equipe de Camarões trouxe à tona novamente o nervosismo brasileiro. E, por consequência, os erros bobos. E, quando a torcida já ensaiava vaias, Neymar novamente salvou o time. Aos 34 minutos, ele iniciou jogada individual pela esquerda, cortou para a direita e bateu da entrada da área, no canto de Itandje. Foi seu quarto gol nesta Copa. Depois dos engasgos no ataque, a seleção voltou com tudo para o segundo tempo, com Fernandinho no lugar de Paulinho. A entrada do volante do Manchester City deu novo fôlego ao meio de campo. Em dois minutos, o time criou três boas chances de gol. Logo no primeiro minuto, Hulk recebeu passe de Fernandinho, entrou na área mas foi bloqueado no momento da finalização. Na sequência, Fred e Neymar levaram perigo. A pressão culminou no gol do criticado Fred aos quatro minutos. Em posição duvidosa de impedimento, o atacante escorou de cabeça cruzamento de David Luiz, após passe de Fernandinho, e aumentou a vantagem brasileira. O gol e a entrada de Fernandinho deram estabilidade emocional e técnica ao time, que passou a cadenciar a partida no meio de campo. Mais tranquilo, Felipão passou a poupar jogadores. Trocou Hulk por Ramires e Neymar por Willian. Nem mesmo a pancada que Luiz Gustavo sofreu no tornozelo esquerdo preocupou o treinador, que viu o volante seguir jogando sem reclamar de dores. Nos minutos finais, a pressão em campo foi substituída pela expectativa pelo placar de México x Croácia, que jogavam ao mesmo tempo no Recife. Os mexicanos chegaram a abrir 3 a 0, ficando perto do primeiro lugar da chave, o que colocaria o Brasil em rota de colisão com a Holanda. Mas a seleção tratou de evitar o difícil confronto quando Oscar, Fred e Fernandinho fizeram bela triangulação na entrada de área que culminou em chute certeiro, de bico, de Fernandinho, aos 38 minutos. A goleada selou a classificação e devolveu, ainda que em parte, a confiança no grupo brasileiro, às vésperas do mata-mata.
CAMARÕES 1 X 4 BRASIL
Copa do Mundo - Grupo A
 
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data: 23 de junho de 2014, segunda-feira
Horário: 17h
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia). Assistentes: Mathias Klasenius e Daniel Warnmark (ambos da Suécia) 
Cartões amarelos: Enoh (CAM)
Gols: Neymar (2), Fred, Fernandinho (BRA); Matip (CAM)
 
CAMARÕES
Itandje; Neyom, N'Koulou, Matip e Bedimo; Mbia, Nguemo, Enoh e Aboubakar (Webo); Moukandjo e Choupo-Moting. Técnico: Volker Finke.