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2010/07/10

NÃO ACREDITO NO POLVO ´´HOLANDA VAI VENCER´´










AFP
Há cerca de sete semanas, Mark van Bommel e Arjen Robben foram derrotados na final da Liga dos Campeões da UEFA. Agora, os atletas do Bayern de Munique terão a chance de deixarem para trás a dolorosa lembrança da partida contra a Internazionale de Milão. Para se sagrarem campeões da Copa do Mundo da FIFA África do Sul 2010, basta uma vitória contra a Espanha no próximo domingo às 20h30 (15h30 em Brasília, 19h30 em Lisboa) no Estádio Soccer City, em Johanesburgo."O nosso objetivo era voltar a disputar uma final da Copa do Mundo após 32 anos", declarou Robben em entrevista ao FIFA.com. "Todos trabalhamos muito para isso. Sabíamos que tínhamos qualidade suficiente. O mais importante é que todos acreditamos. Estávamos muito confiantes de que conseguiríamos. Agora, obviamente, faremos de tudo para vencer a próxima partida."
Um sentimento extraordinário
Pela terceira vez, a Holanda está na final do Mundial. Os holandeses foram derrotados nas duas decisões anteriores. Os seus algozes foram a Alemanha (1 x 2) em 1974 e a Argentina (1 x 3) em 1978. Será que agora chegou finalmente a hora de levantar a taça? "Temos um objetivo claro que estabelecemos há dois anos", afirmou Van Bommel. "Todos sabem por que estão aqui. Não viajamos para a África do Sul à toa."
O volante holandês qualificou a sensação de disputar a final da Copa do Mundo da FIFA 2010 como "extraordinária" e "indescritível". "Quando a Holanda chegou à final pela última vez, eu tinha apenas um ano de idade", comentou. "Temos uma boa equipe. Ganhamos tudo nas eliminatórias e, até agora, também vencemos todas as partidas do torneio. Estou orgulhoso de fazer parte deste grupo."
A última chance
Juntamente com o seu colega Robben, Van Bommel conquistou a Bundesliga e a Copa da Alemanha pelo Bayern na última temporada. Mas a equipe perdeu a final da Liga dos Campeões por 2 a 0 para a Inter e precisou dar adeus ao sonho da tríplice coroa. No entanto, seria ainda mais importante para o holandês levar o troféu da Copa do Mundo da FIFA para o seu país. "Esta é a minha última Copa do Mundo, a minha última chance. Não quero deixar escapar uma oportunidade dessas."
Dois aspectos que chamam a atenção são a eficiência e a serenidade que a Laranja Mecânica vem apresentando ao longo do torneio, características que foram vitais para que o país saísse vitorioso de campo em todas as partidas até o momento. Van Bommel tem uma explicação simples para isso. "Isso ocorre porque todos jogamos em grandes clubes da Europa", disse. "Estamos acostumados a colocar o sucesso em primeiro lugar e o futebol bonito em segundo. Temos a típica mentalidade de quem quer ganhar tudo. Sabemos que podemos jogar melhor, mas aqui na Copa o importante é vencer, e estamos conseguindo isso."
Três decisões até a final
Robben enxerga a questão de forma semelhante. "Se você quer ganhar uma Copa do Mundo, o mais importante não é jogar sempre bonito", comentou o atacante de 26 anos ao FIFA.com. "O que importa são os resultados. Todos sabem que o torneio só começa de verdade depois da fase de grupos. Na fase de mata-mata, é preciso vencer três finais para chegar à final de verdade. Se ganharmos, será algo absolutamente fantástico."
Mas o que fazer para ganhar uma final? Van Bommel e Robben poderiam perguntar isso a Wesley Sneijder, já que ele sim se sagrou campeão da última edição da Liga dos Campeões da UEFA e garantiu a tríplice coroa para a Inter. "Procuro trazer um pouco da minha experiência da última temporada à seleção", disse Sneijder em conversa com a FIFA. Talvez no domingo os três possam sair vitoriosos de campo.Van Persie: "Espanha é favorita"

Faltando apenas um dia para o duelo final da Copa do Mundo da FIFA 2010 entre Holanda e Espanha no Estádio Soccer City em Johanesburgo, o craque do Arsenal Robin van Persie falou com exclusividade ao FIFA.com sobre os seus medos, esperanças e sonhos. "A Espanha é levemente favorita", admitiu com muita franqueza. O atacante falou também sobre qual seria o significado para ele de fazer parte da primeira seleção holandesa a levar o troféu para casa.
FIFA: O que o técnico Bert van Marwijk disse a você sobre jogar a final?
Robin van Persie: 
Ele disse muitas coisas. Falou que o mais importante é que chegamos até aqui, o que já é muito bom, mas que podemos conseguir ainda mais. Temos de entrar em campo mais uma vez. Precisamos dar o máximo de nós mais uma vez e, com sorte, algo muito bonito poderá acontecer que deixará muitas pessoas contentes.
A Holanda já disputou duas finais no passado, em 1974 e 1978. Você deve estar torcendo para que o seu país tenha mais sorte desta vez...
Realmente espero que sim. Já deu para ter uma ideia do que o título significaria para a Holanda. Todos estão tão felizes e, agora, poderão ficar ainda mais. É isso que precisamos garantir agora. Esta é a terceira vez na história que chegamos à final, então já é uma façanha e tanto estarmos aqui. Mas algumas vezes, quando você perde por pouco, as pessoas ficam desapontadas mesmo que a seleção tenha feito um grande torneio. Espero que possamos evitar isso.
A Espanha foi claramente o melhor selecionado em campo na semifinal contra a Alemanha. Isso é algo que o preocupa?
A Espanha se preocupa acima de tudo em manter a posse de bola. Acredito que é preciso pressionar os espanhóis. Se você não faz isso, eles dominam a partida e você coloca o seu destino nas mãos deles. Não podemos deixar que isso aconteça.
Muitas pessoas consideram a Espanha a favorita para a final. O que você acha do selecionado do técnico Vicente del Bosque?
É uma equipe fantástica, com zagueiros muito bons e meio-campistas espetaculares. A Espanha também tem bons atacantes e um toque de bola brilhante. Acredito que os espanhóis são os favoritos na final, mas isso não é tudo. Na verdade, isso não diz nada. Provavelmente será uma bela final, porque também gostamos de jogar um futebol com boas combinações. Acredito que vamos dar espaço uns aos outros para jogar futebol.
Então, os holandeses são os azarões?
Sim. Acredito que a Espanha é levemente favorita para o jogo, porque venceu a Euro há dois anos tem um grupo muito bom. Mas o nosso grupo também é bom.
Você está sentindo aumentar a pressão conforme a final se aproxima?
Na verdade, não. Não temos ideia do que está acontecendo na Holanda ou no resto do mundo em relação à pressão ou atenção da imprensa e isso deve continuar assim.
O meio-campista da Espanha Cesc Fàbregas é companheiro seu no Arsenal. Você tem tido algum contato com ele? Vai ser um pouco estranho enfrentá-lo?
Sempre é um pouco estranho jogar contra os seus colegas. Entramos em contato algumas vezes por mensagens de texto. O Cesc é um jogador fantástico. Também acho muito estranho que ele não seja titular da Espanha. Realmente não entendo isso. Ele é incrível. Estamos jogando juntos no Arsenal há seis anos e ele melhora a cada ano que passa. Ele é o capitão do nosso clube e todos o respeitamos muito.
Na sua casa, você tem uma foto do Diego Maradona levantando a taça da Copa do Mundo da FIFA. Poderia descrever qual o significado dessa foto para você?
Na realidade, nunca realmente imaginei que, um dia, eu poderia ter a possibilidade de também tirar uma foto levantando a taça. Isso está perto de se realizar agora. Tenho uma foto muito bonita dele, em que ele está sendo levantado por alguns colegas enquanto segura a taça com um grande sorriso. O retrato está na minha sala de jogos e é uma imagem fantástica. Ele expressa muita felicidade, muita paixão e tudo o que um futebolista precisa ter. Se ganharmos, talvez eu possa tirar uma foto como aquela com o troféu.
Como você acha que serão os momentos antes da final?
Nunca joguei uma final de Copa do Mundo, é claro. Não me preocupo muito com o adversário. Sou curto e grosso ao falar com os jogadores do outro time. Não é nada fora do normal. Não é diferente de um jogo da Premier Legue ou de um torneio europeu. Você precisa estar bem concentrado. Quando você entra no estádio, você tem 45 minutos para fazer de tudo — colocar uma fita de proteção no seu tornozelo ou receber uma massagem rápida. Depois, você tem 30 minutos para se preparar e, então, a partida começa. Não há nada de realmente emocionante.
Você está a apenas 90 minutos de poder ser campeão mundial...
É bizarro e meio esquisito. Eu tento não pensar demais nisso. Tento não pensar no jogo em si e nas possíveis consequências.

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