Os Estados Unidos demonstraram grande poder de reação nesta sexta-feira. Depois de saírem perdendo por 2 a 0 para a Eslovênia, pressionaram durante todo o segundo tempo e conseguiram o empate por 2 a 2, em partida disputada no Estádio Ellis Park, em Johannesburgo, pelo Grupo C da Copa do Mundo.
A Eslovênia chegou aos quatro pontos com o empate, enquanto os Estados Unidos estão com dois. Ainda nesta sexta-feira, a Inglaterra pode chegar a quatro se vencer a Argélia. Os eslovenos decidem agora a vaga com os ingleses em 23 de junho, mesmo dia que os norte-americanos encaram os argelinos por um lugar nas oitavas.
Apesar do empate frustrante, a Eslovênia segue na briga por uma vaga na próxima fase, feito que pode ser comemorado pelos europeus se concretizado. Em sua única participação anterior, em 2002, caiu na primeira fase após perder suas três partidas - sofreu sete gols e marcou apenas dois. Os Estados Unidos, por sua vez, buscam se recuperar após a eliminação precoce na Copa de 2006, quando não passaram às oitavas.
Com mais volume de jogo desde o início, a Eslovênia não demorou para abrir o placar logo aos 13 minutos. Seguiu melhor durante o primeiro tempo e só foi pressionada nos minutos finais, pouco antes de ampliar em rápido contra-ataque. Um gol marcado logo na volta do intervalo, no entanto, deu novo ânimo à seleção norte-americana. E, depois de muito pressionar durante todo o segundo tempo, finalmente chegou ao gol de empate a cinco minutos do fim.
O JOGO - O confronto teve um início tumultuado. Logo aos 14 segundos, Dempsey acertou cotovelada em Ljubijankic após disputa de bola no meio-de-campo. O atacante ficou caído e os jogadores eslovenos reclamaram muito com a arbitragem, mas o autor do gol norte-americano contra a Inglaterra não recebeu cartão. Passada a confusão, a partida se reiniciou com o domínio da Eslovênia. Se os Estados Unidos tocavam mais a bola no meio-de-campo, eram menos efetivos. Quando chegavam, os europeus conseguiam ser mais perigosos.
Aos sete minutos, Ljubijankic aproveitou cobrança de falta e cabeceou por cima do gol. Logo em seguida, Birsa fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. Novakovic, no entanto, furou e desperdiçou grande oportunidade. Meia do Auxerre, Birsa seguia com atuação inspirada. E foi de seus pés que saiu o primeiro gol. Depois de receber na intermediária, ele arriscou de longe e acertou o ângulo do goleiro Howard, que só observou a bola entrar.
Forte no sistema defensivo e rápida nos contra-ataques, a seleção norte-americana precisou sair para o jogo após sofrer o gol. Foi um problema. Desorganizado, o meio-campo atuava distante do ataque e pouco conseguia criar, nem mesmo quando Donovan tinha pequenos lampejos e tentava algumas jogadas individuais. Com Findley e Altidore presos na marcação, o meia acabava facilmente desarmado pela defesa adversária. A Eslovênia, por sua vez, tocava com tranquilidade quando tinha a posse de bola. Ainda dava pequenos sustos no ataque, sobretudo em cruzamentos para a área.
A primeira boa chance norte-americana veio apenas aos 35 minutos, depois de Altidore fazer bela jogada pela direta e sofrer falta de Cesar. Na cobrança, Torres surpreendeu e bateu direto, no canto, mas o goleiro Handanovic fez boa defesa e espalmou para escanteio. O lance empolgou os Estados Unidos, que aumentaram a pressão no final do primeiro tempo. Aos 40, na grande oportunidade de empate após bonita triangulação, Dempsey cruzou rasteiro e Brecko cortou antes de Donovan receber sozinho, com o gol aberto.
Mas, no contra-ataque seguinte, a Eslovênia foi mortal. Ljubijankic (do Gent, da Bélgica) recebeu passe de Novakovic e bateu na saída de Howard, ampliando o placar pouco antes do intervalo, em lance contestado pelos norte-americanos - queriam que a arbitragem marcasse impedimento inexistente do atacante.
Em larga desvantagem, os Estados Unidos iniciaram o segundo tempo no ataque. E, contando com falha da zaga adversária, descontaram logo aos dois minutos. Após lançamento na esquerda da defesa eslovena, Cesar falhou na antecipação e a bola sobrou sozinha para Donovan, que avançou próximo à linha de fundo e disparou chute forte, preciso, no alto.
Depois do gol, os Estados Unidos ensaiaram uma forte pressão, principalmente com levantamentos à área eslovena. O adversário, no entanto, voltou a segurar a posse de bola e equilibrou a partida. A seleção norte-americana só criou boa chance novamente aos 24 minutos, quando Altidore fez bonita jogada pela direita e foi derrubado na entrada da área por Suler. Donovan bateu a cobrança rasteira, a zaga tentou afastar e a bola sobrou para Altidore, que bateu firme e no meio do gol, para tranquila defesa de Handanovic. Novamente os norte-americanos reclamaram, por um suposto pênalti cometido em Dempsey.
A pressão norte-americana finalmente surtiu efeito aos 36 minutos. Após nova bola alçada na área, Altidore desviou de cabeça e Bradley - filho do técnico Bob Bradley - completou para as redes, empatando o confronto. Os Estados Unidos ainda marcaram novamente aos 40 minutos, quando Edu aproveitou cobrança de falta e empurrou para o gol, mas a arbitragem viu impedimento inexistente e anulou o lance. No fim da partida, as duas seleções buscaram o gol da vitória, mas a partida terminou mesmo empatada por 2 a 2.
FICHA TÉCNICA:
Eslovênia 2 x 2 Estados Unidos
Eslovênia - Handanovic; Brecko, Suler, Cesar e Jokic; Radosavljevic, Koren, Birsa (Dedic) e Kirm; Novakovic e Ljubijankic (Pecnik, depois Komac). Técnico - Matjaz Kek.
Estados Unidos - Howard; Cherundolo, Demerit, Onyewu (Gomes) e Bocanegra; Torres (Maurice Edu), Bradley, Dempsey e Donovan; Findley (Feilhaber) e Altidore. Técnico - Bob Bradley.
Gols - Birsa, aos 13, e Ljubijankic, 41 minutos do primeiro tempo; Donovan, aos dois, e Bradley, aos 36 minutos do segundo tempo.
Foi um dia cheio de reviravoltas. A vitória da Argentina não foi nenhuma surpresa. Surpreendente mesmo foi a primeira vitória da Grécia em Copa do Mundo (e de virada). Enfrentando a Nigéria, a seleção grega saiu atrás do placar mas, depois da expulsão do nigeriano Kaita, a Grécia partiu pra cima e pressionou até conseguir empatar o jogo no finalzinho do primeiro tempo. Na etapa complementar, os gregos voltaram decididos a virar o jogo. O goleiro Enyeama fazia milagres, assim como fez no primeiro jogo contra a Argentina. Porém, em uma bola relativamente fácil, ele acabou falhando e espalmando nos pés do jogador grego, que empurrou para as redes, virou o placar e ajudou a sua seleção a fazer história na África do Sul.Mas o dia começou com a bela vitória da Argentina que, ao contrário do primeiro jogo, apresentou um futebol convicente e aplicou uma goleada de 4 a 1 na Coreia do Sul. No início do jogo, a Argentina fez a tradicional pressão. Os sul-coreanos tentavam suportar, mas tinham muita dificuldade em sair jogando. Não demorou muito e a Argentina abriu o placar em uma cobrança de falta de Messi. A bola passou por todo mundo, bateu na perna de um sul-coreano e entrou. Depois disso, brilhou a estrela do atacante Híguain, artilheiro do Real Madrid na temporada.
Muito criticado na estreia pela imprensa argentina, ele deu a volta por cima e marcou três vezes, se tornando o artilheiro da Copa até o momento. Além disso, foram os primeiros gols de um camisa 9 nesta edição do Mundial lá na África do Sul. Os coreanos chegaram a assustar no final do primeiro tempo aproveitando a falha do zagueiro Demichellis. Mesmo assim, os sul-coreanos não tiveram forças para suportar o bom futebol apresentado pelos argentinos. No final, Maradona correu por todo o campo e comemorou mais uma vitória.
Seleção francesa desacreditada após derrota
No último jogo do dia, França e México entraram em campo pressionados pela vitória do Uruguai sobre a África do Sul no dia anterior. As seleções sabiam que precisavam jogar para vencer. Raymond Domenech alterou o time e 'barrou' o meia Gourcuff, colocando Malouda em seu lugar. Porém, a substituição não surtiu muito efeito. Enquanto o México se arriscava mais ao ataque, a França apresentava um futebol pragmático e burocrático. No primeiro tempo, onde o México teve boas jogadas, o goleiro francês Lloris segurou o 0 a 0.
Mas no segundo tempo, de tanto tentar, o México conseguiu abrir o placar com Hernandez em um lance em que toda a zaga francesa pediu um impedimento que não houve. O atacante invadiu a área e bateu na saída do goleiro Lloris. Raymond Domenech depois disso começou a mudar o time, tentando colocar a França mais ao ataque. No entanto, em um lance isolado o lateral Abidal cometeu pênalti. QUem partiu para a cobrança foi o experiente Blanco, de 37 anos. Ele tomou uma longa distância e bateu no canto direito do goleiro francês, que pulou para o lado certo, mas não conseguiu alcançar. O gol foi a "ducha" de água fria nas pretensões da França de reagir no jogo.