Um ano de fracasso não poderia terminar de forma mais melancólica: o rebaixamento. Pior. Uma queda que só dependia do próprio Vitória. Não teve mala branca, tampouco facilitação para o Palmeiras. O Atlético Paranaense empatou com o time paulista e bastava um gol, uma única atitude competente durante todo o ano para continuar na elite. Porém, o futebol também costuma ser justo. O Vitória perdeu seu jogo por 1 a 0 para um Santos sem vontade. Porém, não menos que os Rubro-Negros.
Acabou o ano, torcedor. Será muita maldade 2015 conseguir ser pior que este ano. O Vitória perdeu tudo que podia perder, da divisão de base ao profissional. Até o Remo, campeão nos últimos 12 anos, afundou com o planejamento fracassado da diretoria.
É até perda de tempo falar de como foi o jogo. Seria mais uma porrada no torcedor do Vitória ler hoje a tortura de ontem. O duelo pode ser resumido numa anedota de um adulto brincando de futebol com uma criança, fazendo de tudo para o garoto fingir ser bom, sem ser. O Santos facilitou. Brincou com o desespero do Vitória. Não queria absolutamente nada. Dava a bola de bandeja para os rubro-negros, que nada faziam com ela.
Nem o chute na trave do Peixe acordou o time baiano. Chegava a ser ilário o Vitória tentando atacar. No primeiro tempo, dois chutes de longa distancia resumiram um time que precisava do triunfo desesperadamente.
Na torcida, um grito de gol foi ouvido, mas apenas daqueles que tinham um radinho ligado: gol do Atlético Paranaense. Alegria da torcida, que cantava como se o Furacão fosse o Vitória. Não era. Para completar, o rival Bahia faria um gol e estava fora da zona de rebaixamento. Desespero. Filme de terror na arquibancada.
"Se tiver que morrer, o Bahia tem que ir junto. Bora, Palmeiras!", comentou o torcedor William Ferraz. O pedido foi atendido. O Verdão empatou de pênalti. William nem quis saber se foi de pênalti duvidoso. "Agora a Sardinha se lasca. Só depende de nós", completou o torcedor. O problema era justamente o Vitória depender de si mesmo para permanecer.
No segundo tempo o Santos estava ainda mais fácil. Gatito mal pegava na bola. Porém, era desesperador ver o Vitória jogar como um time de várzea. Sem jogadas trabalhadas, era um desespero. Richarlyson abandonou o posto de lateral-esquerdo e jogava no meio-campo. Edno, com a camisa 9 de centroavante, mal entrava na área. Neto Coruja e José Wellison já não sabiam onde ficar posicionado.A incompetência foi tanta que o próprio Santos cansou e resolveu entrar em campo aos 49 do segundo tempo. Um tiro de misericórdia de Thiago Ribeiro finalizou um ano fadado ao fracasso. Que o próximo ano o torcedor apanhe menos da incompetência alheia.
Vitória 0 x 1 Santos - 38ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Barradão, em Salvador
Quando: domingo, 7, às 16h (horário da Bahia)
Quando: domingo, 7, às 16h (horário da Bahia)
Gol: Thiago Ribeiro, aos 49’ do 2º T; Público: 8.326 pagantes
Árbitro: Anderson Daronco (RS);
Assistentes: Fábio Pereira (TO) e Rafael da Silva Alves (RS)
Cartões amarelos: Alison, Cicinho e Aranha (S)
Assistentes: Fábio Pereira (TO) e Rafael da Silva Alves (RS)
Cartões amarelos: Alison, Cicinho e Aranha (S)
Renda: R$ 57.520,00
Vitória - Júnior Fernandéz, Ayrton, Kadu e Ednei; Neto Coruja, José Welison, Cáceres (Willie), Richarlyson e Marcinho (Juan); Vinícius (Guillermo Beltrán) e Edno. Técnico: Ney Franco.
Santos - Aranha, Daniel Guedes (Serginho), Neto, David Braz e Caju; Alison, Renato (Alan Santos) e Lucas Lima; Thiago Ribeiro, Gabriel (Cicinho) e Leandro Damião. Técnico: Enderson Moreira.